segunda-feira, 22 de novembro de 2004

Qualquer coisa.... podia ser pior.

Mas que é isto as tormentas de uma guerra, as memórias, o stress, o trauma, eu também fui combatente no ano da graça de 1967, na altura estava destacado com o pelotão de comandos da Amora na peninsula de Tomalá Morangos. A nossa missão era simples proteger os indegenas e também facilitar a instalação da tv cabo. O nosso major, o já falecido Tristão da Fonseca, deus o tenha, levou a cabo a missão de nos enviar para a frente de batalha para atingir objectivos demarcados no mapa, o objectivo era desconhecido e manhoso, mas como soldados tinhamos de cumprir as ordens.Eu admito que no fervor, no culminar da batalha eu desertei das fileiras com a minha G3 e fugi, que nem uma adolescente assustada, para o mato. Nesse instante o fogo cessou, o fumo existente da artilhria ainda era visivel, o cheiro a pólvora mantia-se, e o tenebroso espectaculo a minha frente, os cadáveres disponham-se no solo jaziam tombados, sem pinga de vida............. o horror, subitamente ouço uma explosão cai fiquei sem sentidos, acordei vi uma luz...... bolas estava num concerto na velha Olisípo onde o monsenhor Joaquim Barreiros dava no seu tom de eloquencia as odes triunfais da arte do bacalhau, e eu tinha sido apanhado num momento de fervor religioso em que um acólito me deu uma traulitada na cabeça, fiquei sem sentidos e sonhei que tinha sido um comando, e que tinha comprado o livro de receitas do Manuel Luís Goucha.

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